"Somos sobreviventes"

Oi pessoas!!


  Foi esta frase do tema que eu disse à minha mãe neste final de semana, quando conversávamos sobre as peripécias de quando as nossas gerações eram crianças.

  Já pararam realmente pra pensar nas coisas malucas que a maioria de nós fazíamos quando moleques?

  Era muito bom brincar de fazer um monte de nojeiras na rua de terra bem em frente de casa, sem adultos por perto te regulando, ou nenhum estudo comprovando que se fizéssemos aquilo poderíamos pegar alguma bactéria seríssima e assim acabar com o divertimento.

  Hoje a maioria das crianças (incluindo as minhas) praticamente não têm contado algum com esse tipo de base para inúmeras brincadeiras, e quando surge a oportunidade, é em um espaço limitado em volta dos brinquedos do parquinho, e mesmo assim elas brincam calçadas porque pode haver excrementos de rato ou gato por ali. E aqueles tanques de areia? Meus Deus, que pena desses "falsos sujinhos"!

  Eu me lembro de uma vez em que eu e meus primos brincávamos de Thundercats no terreno dos meus avós, pulando barranco abaixo e se segurando em uma moita que tinha no final, antes de chegar na cerca de arame farpado. Fizemos isso várias vezes, e uma hora o arbusto não me aguentou mais e quebrou. Me cortei toda no arame farpado, e aí misturou tudo: sangue, suor e o barro do barranco; e de quebra ainda ganhei uns tapas quando voltamos para a casa deles.

  Hoje se meu filho quiser fazer isso eu vou querer ir junto pra ele não ter chances de se machucar, ou porque ele não pode brincar sozinho... puxa vida... acho que a minha geração de adultos não é como a dos meus pais, que nos deixavam aprender sobre um monte de coisas sozinhos, inclusive a se machucar.

  Mas na minha época de criança já existiam as que não tinham oportunidade de brincar na rua de casa, sendo de terra ou asfalto. Exemplo disso é meu marido, que só tinha como fazer brincadeiras no quintal acimentado de casa, e isso refletiu na maneira de brincarmos com nossos filhos e conduzir algumas atividades. Eu sou muito mais "porcalhona" e permissiva. 

  O Thor frequentou uma escola de Pedagogia Waldorf, e lá a parte de fora da escola era cercada de árvores e o chão era de terra, e quase todo dia a roupa trocada que vinha dentro da mochila estava toda suja de lama. Eu colocava aquela roupa pra lavar com sorriso no rosto, pois sabia que ele tinha se divertido muito.

  Tenho muita vontade de ir morar em um sítio mais afastado do centro da cidade onde moro,  pra poder criar galinha, coelho e cachorros, ter o quintal de terra socada, árvores frutíferas, e meus filhos vivendo nessa bagunça toda, feito... feito... crianças! Mas aí vem o grande problema da atualidade: violência. Não posso me mudar para onde os chefes do tráfico das "comunidades pacificadas"  do Rio estão se escondendo! Vou ter que cercar meu muro de cerca eletrificada e câmeras, e mesmo assim de nada vai adiantar depois que algum bandido invadir e acabar com a vida de alguém em casa.

  O progresso trouxe a longevidade, mas também levou um pouco do processo da aprendizagem  natural, coisa que as escolas "tradicionais" também estão tirando dos seus alunos. Tudo tem que ser direcionado, com objetivos! A criança não pode brincar do que ela quiser nem em casa! Fala sério sociedade! 

  Mas isso é papo pra um outro texto...

  Ruas de terra agora só na roça, ou em local muito pobre com esgoto a céu aberto e criadouro de ratos. Crianças brincando de fazer cemitério de insetos, corrida de chapinha, bola de gude "à vera", pulando elástico e fazendo bolinhos de terra são criaturas em extinção e precisam ser preservadas.

  Sinto muito por meus filhos e seus futuros amigos, que não terão a oportunidade de dizer daqui a alguns anos em um papo informal: "É, fomos sobreviventes...".

Eu e meu irmão mandando ver na tinta tóxica! rs

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Beijão!!  

2 comentários:

  1. Anônimo7/5/14

    A mais pura verdade! Minha geração também foi muito parecida com a sua, porém nos anos 90! Quando vejo uma criança rodeada de tecnologias, sem sequer frequentar uma praça, brincadeiras de rua (o que era comum em bairros), subidas em árvores, até mesmo tendo o contato direto com a natureza, enfim, percebemos como mudou o "ritmo da infância" em um período muito curto de tempo, a verdade é que a cada dia isso se perde mais, muito embora o fator sociedade muito bem colocado, que atualmente inibe qualquer tipo dessas atividades. Infelizmente a falta de segurança com a violência atual predomina e reflete no crescimento dos pequenos! Show de bola o texto. Hugo

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Comentários: