Por que a criança tem a obrigação de ser líder?

OI PESSOAS!!


  A sociedade atual tem sido muito cruel com nossas crianças. Estamos muito preocupados com o aspecto comportamental dos pequenos, e isso tem aumentado cada vez mais o número de pais (e parentes) frustrados e insatisfeitos com o atual desempenho social e afetivo de criaturas que nem sabem ainda o que significa se destacar em alguma área das relações humanas, seja ela qual for.

  Esta semana houve uma apresentação de música, artes e dança da escola do meu filho. Ele fez tudo direitinho: sacudiu o chocalho e fez os gestos na parte da música, e no momento da dança fez toda a coreografia com a colega de classe.

 Até aí tudo bem, não é mesmo? Mas isso seria absolutamente normal se não fosse considerada a sua gigantesca timidez. 

  Pra mim, o fato dele ser absurdamente tímido não incomoda nem um pouco, mas as atuais expectativas em cima das crianças podem diagnosticar isso como uma "deficiência social".  

  Expectativas e preocupações exageradas quanto às características futuras de liderança e decisão fazem com que alguns pais e profissionais da educação exijam de seus filhos e alunos coisas que eles podem nunca oferecer, justamente por não terem essas personalidades como comandantes na sua bagagem genética comportamental.

  De acordo com Meneguette Ballone, no site Psiqweb, sobre os traços da personalidade: "PERSONALIDADE É A ORGANIZAÇÃO DINÂMICA DOS TRAÇOS NO INTERIOR DO EU, FORMADOS A PARTIR DOS GENES PARTICULARES QUE HERDAMOS, DAS EXISTÊNCIAS SINGULARES QUE EXPERIMENTAMOS E DAS PERCEPÇÕES INDIVIDUAIS QUE TEMOS DO MUNDO, CAPAZES DE TORNAR CADA INDIVÍDUO ÚNICO EM SUA MANEIRA DE SER, DE SENTIR E DE DESEMPENHAR O SEU PAPEL SOCIAL". 

  Ou seja, você pode até estimular a criança a ser desinibida, sempre iniciar uma brincadeira e liderá-la até o fim, mas ela só irá corresponder ao estímulo se isso for parte característica da sua personalidade.

  Mas o que realmente me deixa um pouco irritada é o fato de hoje em dia só poder existir crianças que sejam completamente "sem vergonha", alegres, sorridentes, saltitantes e dispostas a fazer amizade com todos os vizinhos do condomínio e colegas de classe.

  Eu fui uma criança completamente tímida e introvertida. Nunca quis liderar nenhum time de queimado nas aulas de Educação Física, nunca quis ser representante de turma, não encarava o olhar das outras pessoas e raramente sorria para estranhos. Com certeza, se fosse nos dias de hoje, eu teria sido colocada em algum lugar do espectro autista pela psicóloga da escola. Mas mesmo tendo todas essas "limitações comportamentais", meus pais nunca me obrigaram a ser o que eu não nasci para ser. Sendo assim eu não ligava se o meu time tinha ganhado ou perdido, pois sabia que nem todo dia era dia de ganhar ou perder.

  Quando encontro com algum conhecido na rua e o seu filho é praticamente obrigado a falar um oi comigo, mesmo com a cabeça enterrada no meio das pernas dele, eu fico com muita pena porque sei exatamente o que esta criança está sentindo: vergonha, nada mais. A criança não está sendo mal educada, apenas tímida.

  Do mesmo jeito que devemos estimular a criança a ter que falar com todo mundo, a sorrir para qualquer um, a ser o melhor da apresentação da escola, ser o melhor na atividade física (que é obrigado a gostar e praticar), devemos analisar a sua personalidade genética e respeitá-la, procurando transmitir, no momento certo, as regras de "boas maneiras sociais" impostas pelo mundo atual.

  Veja bem, não estou dizendo que a criança deve ser criada emburrada e anti-social. Nem um pouco disso! Só penso que, se a pessoa não nasceu para ser líder, a mesma não deve se sentir obrigada a ser um. O que seria de uma aldeia composta somente por caciques? E não ter o "espírito de liderança" não significa que o indivíduo será um perdedor, fracassado ou algo do tipo. Líderes costumam se irritar facilmente, e cabe ao introspectivo mais paciente o contraponto em uma sociedade, por exemplo.

  Conheço crianças que (com pouco ou nenhum estímulo externo) falam com todo mundo, puxam assunto, dão bom-dia, boa-tarde e boa-noite de bom grado, fazem amizades facilmente e gostam de comandar brincadeiras. Esse tipo de personalidade não é o de uma pessoa intrusa, metida ou mandona, e sim de um possível futuro líder. Se isso é bom ou ruim, dependerá muito do meio onde viverá e qual área sentimental e profissional estes futuros adultos irão escolher.

  Baseado na teoria de Hipócrates e aprimoramento de Cláudio Galeno, o filósofo prussiano Immanuel Kant classificou os 4 tipos de temperamento que definem a personalidade em:

Sanguíneo: caracterizado pela força, rapidez e emoções superficiais;

- Melancólico: emoções intensas e vagarosidade das ações;

- Colérico: rapidez e impetuosidade no agir;

Fleumático: ausência de reações emocionais e vagarosidade no agir.

  Então pessoas, dependendo da personalidade e mistura de temperamentos que o seu filho venha a ter, ele talvez não será um empresário bem sucedido, mas poderá ser um músico, atleta, estudioso ou cientista, fantástico, rico, renomado e ganhador de vários prêmios.

  O importante é o respeito individual. Falo por conhecimento de causa, pois aqui em casa todos temos temperamentos distintos, e meus dois filhos são completamente diferentes um do outro. Com o mais velho tudo tem que ser apresentado de forma mais calma, com tempo. Já a mais nova pode ser jogada no meio de uma "rave" que ela irá se sentir completamente à vontade (rs).

  Líder ou não, o que vale é ser amado e feliz. Se seu filho não gosta das apresentações da escola, não o force. Converse calmamente e tente entender o porquê. Às vezes uma palavra errada em um momento de fragilidade emocional pode estragar toda uma construção de afirmação da personalidade.



Fonte auxiliar: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=131

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Beijão e fiquem com Deus

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